Conheça a região do Ipiranga e do Sacomã
Você conhece a região formada pelos distritos do Ipiranga e do Sacomã? Neste post, vamos te contar um pouco das referências dessa parte de São Paulo cuja história se mistura à da cidade e à do Brasil.
Por Redação Em:
Você conhece a região do Ipiranga e do Sacomã? Preparamos algumas dicas de cultura, lazer e gastronomia para te ajudar a saber mais sobre esse tradicional pedaço da capital paulista, marcado pela proclamação da Independência do Brasil por Dom Pedro I, e onde ainda é possível encontrar um hambúrguer preparado da mesma forma há mais de cinco décadas.
Os primeiros registros da presença portuguesa na região são de 1510, ou seja, mais antigos do que os da própria fundação da cidade de São Paulo, que data de 1554. Nos últimos séculos, a área passou por muitas transformações, tendo se destacado por suas indústrias até passar a ter um perfil econômico com foco em serviços. Mesmo com tantas mudanças, a região ainda é pouco verticalizada quando comparada ao resto da cidade, e conserva muito de sua história.
Histórico
No começo do século XVI, a área foi ocupada pelo português João Ramalho e por índios guaianazes, segundo informações da Prefeitura da Cidade de São Paulo. As primeiras interpretações brancas da palavra indígena Ipiranga se referem tanto à água vermelha quanto à água barrenta.
Nacionalmente, o local ficou conhecido pela Proclamação da Independência em 7 de setembro de 1822. O momento que ilustra a emancipação brasileira de Portugal é citado no início da letra do Hino Nacional.
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a primeira indústria na região foi instalada no fim do século XIX. Mas foi na década de 1930 que o processo de industrialização ganhou força, favorecido pela localização entre o Centro da capital paulista e o Porto de Santos.
Passaram pelo Ipiranga e Sacomã indústrias como Artex, General Motors, Swift Armour, Cia Brasileira de Petróleo Ipiranga, Linhas Corrente, Ford e Volkswagen.
Opções de cultura e lazer
Parte da história da região pode ser conhecida no Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP). Comumente chamado de Museu do Ipiranga, o local passa por restauração e modernização, com reabertura prevista para 7 de setembro, na comemoração do Bicentenário da Independência do Brasil.
As obras incluem a construção de 6.800 metros quadrados adicionais, distribuídos em áreas de exposição, espaço educativo e de café.
Do acervo do Museu do Ipiranga, faz parte o quadro “Independência ou Morte”, pintado pelo artista Pedro Américo, em 1888. Todo o acervo do local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A sede integra o conjunto arquitetônico do Parque da Independência, uma ótima opção de lazer para quem gosta de caminhar ao ar livre.
O parque abriga também o Monumento à Independência e a Casa do Grito. Conhecido também como Monumento do Ipiranga ou Altar da Pátria, o Monumento à Independência é composto por esculturas em granito e bronze. Já a Casa do Grito tem seu nome relacionado ao grito de proclamação da Independência por Dom Pedro I.
Para quem tem interesse em biodiversidade, o bairro oferece um local bem bacana: o Museu de Zoologia da USP. O museu possui um dos maiores acervos zoológicos da América Latina, com um número de exemplares preservados superior a dez milhões, incluindo espécies e ecossistemas extintos. Segundo informações da instituição, “esse patrimônio é fonte de dados importantes em biologia evolutiva, paleontologia, ecologia e biologia molecular”.
A região conta também com o Sesc Ipiranga, onde são realizados shows, peças de teatro e cursos para pessoas de todas as idades. O local conta com áreas de convivência, cafeteria e área para banho de sol.
Na nossa lista, não poderia faltar o Aquário de São Paulo. Inaugurado em meados de 2016, o local oferece um passeio para toda a família. Com área de 15 mil metros quadrados, o maior aquário da América Latina tem diversas espécies de peixes distribuídas em tanques com o total de 4 milhões de litros de água. No local, os visitantes também podem ver cangurus, coalas, focas e ursos polares.
Onde comer na região
A região oferece opções tradicionais e variadas para quem gosta de comer bem. Nossa primeira sugestão é a Paellas Pepe, restaurante que se identifica como “um pedacinho da Espanha em São Paulo”. É possível assistir à preparação da paella por um dos membros da família proprietária do local. Nas noites de sexta e sábado, há apresentações de música e dança flamenca.
O restaurante foi inaugurado, em 1995, por Emilio Benedetti, genro do espanhol Pepe. Vindo de Madri, em 1953, o espanhol José Gutierrez Espin – conhecido como Pepe – cozinhou para família e amigos, por algumas décadas, a paella que aprendeu com o pai. Após a morte do sogro, Benedetti abriu o restaurante, conservando a receita. Mario Sergio, filho de Emilio, manteve a tradição depois do falecimento do pai.
Outra opção, na região, é o Mercado Municipal José Gomes de Moraes Neto, conhecido como Mercado Municipal do Ipiranga. Assim como o Mercado da Cantareira, no Centro de São Paulo, o Mercado do Ipiranga oferece os tradicionais sanduíche de mortadela e pastel de bacalhau, e diversos pratos quentes. Além de comer, você pode comprar frutas e ingredientes para cozinhar em casa. Na praça de eventos, são realizadas feiras livres e campanhas de vacinação.
Mas se você é daquelas pessoas que gostam de combinar comida e história, nossa sugestão é o Hamburguer Seu Oswaldo. Inaugurada em 1966, a hamburgueria tem fachada simples e é um dos lugares mais antigos de São Paulo ainda em funcionamento. O cheeseburger salada oferece, além da carne fininha servida há mais de cinco décadas, o tradicional molho de tomate fresco e a maionese com receita da casa.
Moradias e renda
Em 2021, o distrito do Ipiranga contava com uma população de 104.957 pessoas, enquanto o do Sacomã tinha 188.015 habitantes. Os dados fazem parte de levantamento da startup Dataland. Enquanto o Ipiranga possuía 37.101 domicílios, o número do Sacomã era de 59.408 no ano passado. A média de pessoas por moradias era de 2,83, no primeiro distrito, e de 3,16 no segundo.
De acordo com a Dataland, 603 quadras formam o distrito do Ipiranga. O maior número – 26% – é composto pela classe alta. Há também, na região, grande concentração da classe média. Esse setor da capital paulista é composto por 11.976 casas e 376 empreendimentos verticais dos padrões médio e alto, e por 278 casas e 71 projetos verticais de baixa renda.
Formado por 885 quadras, o distrito do Sacomã tem predominância de pessoas da classe B (em 25% do total) e parcela relevante de moradores da classe C, de acordo com a startup. Predominam os padrões médio e alto de moradias – 19.311 casas e 155 empreendimentos verticais. No segmento de baixa renda, há 488 casas e 8 projetos verticais.
Nos dois distritos, as principais atividades econômicas são o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, além de outros serviços.
Mobilidade urbana
A região é atendida pelas estações de metrô Santos-Imigrantes, Alto do Ipiranga, Sacomã e Tamaduateí – todas da Linha 2-Verde –, além das paradas de trem Ipiranga e Tamanduateí, da Linha 10-Turquesa.
Diversos ônibus circulam pelos dois distritos. Os moradores do Ipiranga contam também com as ciclofaixas Patriotas, Nazaré – Trecho 1 e Ricardo Jafet. Quem vive no Sacomã tem fácil acesso às ciclofaixas Abagiba, Elba, Tancredo Neves e Abaúna/Salvador.
Os dois distritos oferecem fácil acesso às regiões da Vila Mariana, da Saúde, do Jabaquara e da Mooca, na capital paulista, e às rodovias Anchieta e dos Imigrantes.
Para conhecer outras dicas sobre bairros, morar bem, acompanhar as novidades do segmento imobiliário e aprender a simplificar burocracias, consulte o blog da UBlink.
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