Cautela dá o tom do setor imobiliário na largada de 2023, mas lançamentos podem ser mantidos se mercado permitir

Taxas de juros elevadas e incertezas tornam cenário mais favorável à locação do que à compra e venda de imóveis neste início de ano

Por Redação Em:

  • Save

Por Rogério Santos (*)

O setor imobiliário chega ao novo ano com cautela em relação a como serão os primeiros 100 dias do novo governo, aos rumos da inflação e dos juros no Brasil e nas principais economias mundiais e à guerra da Ucrânia, que completará um ano em fevereiro e afetou os preços das commodities e, consequentemente, das matérias-primas da construção em 2022. 

Em função das taxas de juros elevadas, o cenário se mostra mais favorável ao mercado de locação do que ao de compra e venda de imóveis na largada de 2023. Aos fatores macroeconômicos, se somam as mudanças culturais em curso, como a preferência de parte crescente dos consumidores por mobilidade e facilidade de serviços em relação à propriedade de um imóvel. 

Em alguns momentos, o cenário está mais propício ao aluguel e outros, à compra de imóveis. A UBlink monitora os movimentos da macroeconomia e busca navegar da melhor forma possível em cada um deles. A experiência conjunta dos fundadores de mais de 60 anos no mercado imobiliário nos possibilita entender que fases de euforia costumam ser seguidas por períodos de desaceleração e, posteriormente, por novas ondas de crescimento.

“Dentro da porteira”, como dizem os participantes do agronegócio, as incorporadoras têm as condições necessárias para dar início a um novo ciclo de expansão. Não faltam terrenos nem projetos aprovados, e a demanda por moradias segue forte. À medida que o ambiente macroeconômico se mostrar mais previsível, e isso se refletir no reaquecimento das vendas, as empresas tendem a sentir confiança para iniciar os lançamentos imobiliários de 2023.

O Secovi-SP ainda não fechou os números consolidados do desempenho do mercado imobiliário paulistano em 2022, mas há expectativa de que as vendas tenham ficado perto do recorde de 66,1 mil unidades do ano anterior, e os lançamentos, encolhido cerca de 15% ante as 81,8 mil unidades de 2021.

O setor tem potencial para repetir, neste ano, os lançamentos e as vendas de 2022, segundo o Secovi-SP, mas isso depende dos rumos da economia e das primeiras medidas do novo governo. Na UBlink,  consideramos viável essa avaliação da entidade, mas preferimos aguardar mais clareza do cenário antes de traçarmos nossas estimativas para o mercado imobiliário em 2023.

(*) Rogério Santos é um dos fundadores da UBlink

Copy link
Powered by Social Snap